ARROZ DE SARRABULHO | MINHO
“Os
lavradores entravam, sentavam-se a uma das grandes mesas de pinho e pediam (..)
um prato individual para cada um, contendo o arroz de sarrabulho, com dois
rojões e uma chouriça de verde. Para beber, meio quartilho de vinho”.
[José Rosa Araújo]
O
Arroz de Sarrabulho, “malandrinho”, é uma iguaria típica do Minho, normalmente
acompanhado de rojões, belouros fritos, tripas enfarinhadas e batatas
alouradas. Confeciona-se com diversos tipos de carne, como porco (bísaro), vaca
e galinha, sangue de porco, especiarias (cravinho, folha de louro, pimenta,
noz-moscada, cominhos), sal e sumo de limão.
Considerado
uma iguaria autóctone de Ponte de Lima (“A Pátria do Sarrabulho”), o valor
gastronómico e histórico do Arroz de Sarrabulho à moda desta vila já é realçado
e divulgado, desde 2006, através da respectiva Confraria e o prato é também
reconhecido e recomendado no espaço europeu, a partir da obtenção do galardão
“típico na Europa”, na sequência da admissão da Confraria do Sarrabulho de Ponte
de Lima no Conselho Europeu de Confrarias Gastronómicas.
Nascido
na cozinha da casa particular da família de Clara Penha, desta região minhota,
em 1860, o Sarrabulho está intimamente ligado à agricultura, à época das
colheitas e à matança do porco. E conforme refere Nuno Brito, da Escola Agrária
de Ponte de Lima, neste ambiente rural nasceu o prato que juntava à mesa os
trabalhadores do campo, familiares e amigos.
Dada a
importância do Arroz de Sarrabulho para a região – apesar da introdução do
arroz nos hábitos alimentares dos minhotos ser relativamente recente (século
XIX) - rapidamente se começou a dar visibilidade ao prato, com a passagem da
sua confeção na cozinha familiar para a restauração.
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