TRIPAS DE AVEIRO | AVEIRO
“(…) Morro de amor nesta
rede que teço
E é no sal do suor que eu
aconteço
Para além da salina o
horizonte me ensina
Que há muito mar, muito mar
pra lavrar, pra lavrar”
[Fado do Moliceiro – letra de
Ary dos Santos]
O nome pode
fazer-nos associar estas às Tripas à Moda do Porto, mas nada de confusões! As
Tripas de Aveiro enquadram-se na categoria da doçaria portuguesa, feitas de uma
massa à base de ovos, farinha, leite, açúcar, manteiga, canela e podem
consumir-se simples e só polvilhadas de canela, ou recheadas com os locais ovos
moles, chocolate ou outras combinações doces ou salgadas.
A origem das Tripas
de Aveiro situa-se na Costa Nova, sendo a sua criação atribuída a José
Oliveira, entretanto conhecido como “Zé da Tripa” e resultado de uma cozedura
incompleta da massa para bolacha americana – consta-se que a pedido de uma
cliente - que ele e família costumavam fazer para vender na marginal da ria e
nas praias locais. Aconteceu que outros clientes aprovaram o sabor deste acaso
e surgiu assim mais um doce a comercializar pela família, agora com massa mais
mole e inicialmente com o formato em tiras, comparáveis com as tripas de um
animal. Ficou então “tripas” pela sua textura e formato. Atualmente só mudou a forma,
mais larga, com a massa dobrada em envelope ou em trouxa, quando pronta “no
ponto”.
Sendo hoje uma
referência gastronómica dos aveirenses, dado ter a mesma importância que outras
iguarias tradicionais desta região, a comercialização das Tripas de Aveiro é
feita não só em vários estabelecimentos da cidade como nas praias locais e
também noutros pontos de Portugal e até no estrangeiro, salvaguardando características
originais: servem-se quentes e feitas na hora e não se comem em prato, mas sim
à mão, em cima de um guardanapo.
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