LÉRIAS DE AMARANTE



"Sem esta terra funda e fundo rio,
Que ergue a asas e sobe, em claro voo,
Sem estes ermos montes e arvoredos,
Eu não era o que sou."
[Teixeira de Pascoaes, natural de Amarante]

Não, não se trata de conversa fiada! Estas levam a resultado prático: um dos vários doces de origem conventual, tradicionais em Amarante. Aqui, as Lérias são confecionadas com açúcar branco e escuro, água morna e amêndoas peladas e raladas. Depois, a massa das Lérias é cortada em rodelas grossas que vão ao forno e são passadas em calda de açúcar. O sabor e aspeto atraente e singular ajudaram a ser um doce conhecido e apreciado.
As Lérias de Amarante provém do Convento de Santa Clara. A confeção deste e de outros doces conventuais amarantinos pelas irmãs clarissas destinava-se ao consumo interno do Convento e também para satisfazer encomendas de casas fidalgas da região do Tâmega. Quando o Convento encerrou, em finais do século XIX, as receitas passaram para Maria do Sarmento Oliveira, uma senhora de Amarante que acompanhou, na velhice, uma das últimas freiras. Transmitiu depois os conhecimentos para as suas filhas e assim se perpectuaram (também) as Lérias, até chegarem às famílias pasteleiras da cidade. A ponto de hoje em dia estas pastelarias de Amarante constituirem uma riqueza patrimonial local, juntamente com o Convento de São Gonçalo e com a ponte.

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