AZEITONA DE CONSERVA NEGRINHA DE FREIXO | Trás-os-Montes
"...a
azeitona tem a polpa mais desenvolvida, é mais carnuda, e com o caroço
mais pequeno do que a de outras regiões do País, e tanto assim que as fábricas
a preferem para conserva, comprando toda a que lhe vendam".
[Joaquim Taborda sobre a azeitona de Freixo]
A Azeitona
de Conserva Negrinha de Freixo é uma azeitona de pequena dimensão esférica, lisa,
consistência firme, terminando em ligeiro bico, com cerca de 3 a 5 g de peso,
podendo ser encontrada em três formas diferentes conforme o estado de maturação:
verde amarelada, preta tratada (não totalmente madura) e madura (negro-violácea)
em salmoura onde ocorre a fermentação durante 6 a 9 meses até perderem o sabor
amargo mas mantendo o sabor de fruto.
Tem pouca aptidão para azeite, mas
boas características para conserva. Trata-se de um tipo de azeitona com polpa
mais desenvolvida, mais carnuda e com caroço mais pequeno do que a de outras
regiões do país.
A sua colheita é feita manualmente,
sendo a seguir calibrada, adoçada e acondicionada (inteira, sem caroço ou
recheada com produtos locais). É produzida sem recursos a pesticidas devido às
condições climáticas favoráveis. Comercialmente apresenta-se em salmoura,
pré-embalada e em embalagens de vidro, lata ou outro material inócuo e inerte.
A Azeitona de Conserva Negrinha de
Freixo é característica da região da “Terra Quente” de Trás-os-Montes e Alto
Douro, onde anualmente se produzem cerca de 4000 toneladas desta iguaria,
limitando-se a sua área geográfica aos concelhos de Vila Nova de Foz Coa,
Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Vila Flor,
Mirandela e Macedo de Cavaleiros.
Historicamente é referido que em 1954
a produção local desta azeitona destinava-se, principalmente, a conserva, com
ênfase na variedade “negrinha”. A industrialização desta conserva começou em
finais do século XX com o Brasil como principal mercado consumidor.
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