BORREGO DO NORDESTE ALENTEJANO




“(…) Botei olhos num pastor
Rapaz de bigode farto
Perdida fiquei de quatro
No seu modo trovador
Cantou-me cantigas de amor
Roguei que me ensinasse
A cantar tamanha classe
Mostrou-me a terra lavrada
Anafou-me em ceara dourada
E mandou que me calasse (…)”
[Antónia Ruivo, “Saudade (Cantando o Alentejo)”]


Como se pode adivinhar pela designação, a área geográfica de produção do Borrego do Nordeste Alentejano circunscreve-se aos concelhos do distrito de Portalegre e tem aí uma importância fundamental para a economia da região.
Pertencente à raça Merino Branco Regional, este tipo de borrego caracteriza-se pelo tamanho médio, cabeça larga, curta e revestida a lã (também de excelente qualidade, o que é característico desta raça), que cobre por vezes a face frontal.
Com vista ao consumo, estes animais são criados de forma tradicional em explorações pecuárias da região, onde as características climáticas, com verões muito quentes e secos determinam a qualidade das pastagens naturais, de montados de azinho, sobro e carvalho, constituindo a bolota e os restolhos das searas um importante complemento energético alimentar para a criação destes borregos maiores e mais saudáveis. São abatidos entre os 3 e os 4 meses de idade, quando pesam entre 8 e 14 kg.
A carne do Borrego do Nordeste Alentejano é tenra e suculenta, de coloração rosa claro, com alguma gordura intramuscular que lhe confere sabor peculiar, não muito intenso. Apresenta-se em pratos emblemáticos da gastronomia regional como o ensopado de borrego, o sarapatel (Castelo de Vide) ou a sopa de miúdos, o cozido de grão e o ratatau (borrego guisado com batatas).

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