VINHO DA MADEIRA




Cores ricas e impressionantes que vão do âmbar ao dourado, aromas envolventes que se revelam num bouquet rico e harmonioso: baunilha, caramelo, caril, frutos secos, figos passados, canela… Sabores únicos que nascem numa atlântica e deslumbrante ilha com nome de um Vinho: Madeira!”
[vinhomadeira.pt]


O Vinho da Madeira, ou simplesmente Vinho Madeira, é um vinho com elevado teor alcoólico (entre 17 e 22%), produzido na Região Demarcada da Ilha da Madeira.
É um vinho licoroso, com grau de doçura que varia entre o extra seco, seco, meio seco, meio doce e doce, de estrutura leve, encorpado, fino, macio, aveludado ou amadurecido e cor entre o muito pálido, pálido, dourado, meio escuro e escuro.
As principais castas para a produção de Vinho da Madeira são a Tinta Negra, introduzida na Ilha no século XVIII, muito vigorosa e que representa cerca de 90% do total de produção deste vinho. As restantes castas (10%) são o Sercial (de elevada acidez e que produz vinho seco), o Verdelho (meio seco), o Boal (meio doce) e o Malvasia (doce), sobretudo para fabrico de vinhos finos destinados ao envelhecimento em cascos em canteiro (processo natural, sem recurso à estufa). Em particular, o vinho de casta Malvasia é considerado o “rei dos vinhos” da produção vinícola madeirense.
A cultura da vinha praticada na Ilha da Madeira e na Ilha do Porto Santo, beneficia das condições particulares do solo de origem vulcânica e maioritariamente basáltico, ácido mas rico em matéria orgânica, magnésio e ferro, da orografia acidentada do relevo, da proximidade ao mar e do clima sub-húmido e húmido a árido conforme estejamos na costa norte ou na costa sul, com cotas inferiores a metros de altitude. Os principais concelhos vitícolas são Câmara de Lobos, São Vicente e Santana.
A vindima decorre entre meados de Agosto a meados de Outubro, ainda hoje totalmente manual. O ponto mais alto deste calendário é marcado pela Festa do Vinho, em Setembro.
Nas adegas, o mosto é sujeito a fermentação interrompida por adição de álcool vínico, no momento em que atinge o nível de doçura pretendido (fortificação). Findo este processo, os vinhos podem ser submetidos a um dos dois processos de envelhecimento: estufagem (cerca de 90% da produção, em estufas de aço inox aquecidas durante um período nunca inferior a 3 meses, seguido do mesmo tempo à temperatura ambiente em inox ou em cascos de madeira) ou canteiro (em cascos, nos pisos mais elevados dos armazéns, onde normalmente as temperaturas são mais elevadas, por um período mínimo de 2 anos).
O Vinho da Madeira pode ser consumido como aperitivo ou digestivo em qualquer ocasião festiva - menos propício às refeições – a uma temperatura ambiente entre os 13 e os 14º para os vinhos mais novos e entre os 15 e 16º para os mais velhos e complexos.
Desde a descoberta da Ilha da Madeira, em 1419 que logo se desbravou terra para a cultura de trigo, vinha e cana-de-açúcar. Registos históricos referem que 25 anos após o início da colonização, as exportações de Vinho da Madeira já se verificavam. Entre os séculos XVI e XVII as exportações direcionam-se para as Índias e Américas, que neste último caso se manteve até aos dias de hoje – atesta-se, inclusivamente, que a celebração da independência dos Estados Unidos, em 1776, foi brindada com Vinho da Madeira, crendo-se que este seria o vinho de eleição de Thomas Jefferson. Este vinho é ainda referenciado em obras de Sheakspeare e já no século XX, conta-se que Winston Churchil se deliciava com o néctar, nas suas deslocações ao arquipélago. Aliás, a presença de ingleses na Ilha da Madeira contribuiu para que o vinho passasse a ser conhecido nos continentes europeu e americano.
Actualmente, a Ilha da Madeira exporta cerca de 4 milhões de litros deste vinho generoso, constituindo assim o produto agroindustrial de maior peso na economia regional.

Comentários

Mensagens populares