QUEIJO TERRINCHO | TRÁS-OS-MONTES
“(…)
- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se
de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de
nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena: - Entre! A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso."
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena: - Entre! A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso."
[Miguel
Torga]
O
Queijo Terrincho é um queijo com
denominação protegida de origem (DOP) e cuja área geográfica de produção se
circunscreve aos concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de
Espada a Cinta, Moncorvo, Mogadouro, Mirandela, Vila Flor, Vila Nova de Foz Coa
e algumas freguesias dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Macedo de
Cavaleiros, Meda, São João da Pesqueira e Valpaços.
Trata-se de
um queijo fabricado com leite de ovelha da raça Charrua da Terra Quente –
excelentes produtoras de leite. A sua produção obtém-se por esgotamento lento
da coalhada, após a coagulação do leite cru e puro, por ação de coalho animal.
A maturação é feita por um período mínimo de 30 dias, que se pode estender até
um máximo de 90 dias, obtendo-se assim a variante "Queijo Terrincho Velho".
O Queijo
Terrincho tem forma cilíndrica, entre 13 a 20 cm de diâmetro e é baixo. A
crosta amarelo – palha é maleável e a pasta é semi-mole, branca e uniforme,
ligeiramente untosa. Já na variedade Terrincho Velho a pasta apresenta-se dura,
untosa e amarelada, a crosta vermelhada pela junção de colorau ou massa de
pimentão. Ambos são queijos curados, o primeiro com aroma e sabor suaves e o
segundo, com aroma e sabor mais forte.
Com uma produção
regional anual que ronda as 60 toneladas, ambas as variedades deste queijo
podem ser consumidas como entrada, sobremesa ou merenda, acompanhadas com pão e
vinho.
A raça de
ovelhas para a produção deste queijo prevalece na região do Vale do Douro Superior
desde meados do século XIX, constituindo actualmente 98% do efectivo ovino
regional. A alimentação natural destas ovelhas, em
condições ecológicas particulares e associado a um maneio tradicional, define e
mantém a especialidade do leite e queijos produzidos em Trás-os-Montes e Alto
Douro.
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