SOPA DE BELDROEGAS | BAIXO ALENTEJO
“Ó que brinca o
moxo ( )
Ó que dança o coxo,
Venha cá, meu cravo roxo,
Ó que brinca aqui,
O que dança ali,
Dança amor que eu já danc'i.”
Ó que dança o coxo,
Venha cá, meu cravo roxo,
Ó que brinca aqui,
O que dança ali,
Dança amor que eu já danc'i.”
[Sarapateado, dança usada em Santo Aleixo da Restauração]
Na
culinária alentejana destacam-se muitos pratos em que se integram ingredientes
recolhidos na natureza. A Sopa de Beldroegas é mais um exemplo.
Cozinhada
a partir das ditas ervas, cebolas, alhos, batatas, folha de louro, azeite e sal,
como prezada iguaria alentejana, não podia deixar de incluir pão caseiro ou de
2ª, queijo de ovelha meio curado e ovos. Esta sopa é servida imediatamente, com
os ovos escalfados por cima.
A
beldroega é uma planta profundamente enraizada no Sul do país, sobretudo no
Baixo Alentejo e Algarve. A sua semente
espalha-se imenso e tudo o que necessita é de água - com muita cresce bastante,
com pouca ou quase nenhuma água cresce menos. Aparece junto de culturas
hortícolas e se criada espontaneamente possui a folha mais pequena e sabor mais
ácido. Já as que são cultivadas têm a folha larga e com tom mais dourado.
Estudos
científicos vêm defendendo que a beldroega (portulaca
oleracea) é rica em ácido salicílico e ómega-3, podendo prevenir o aumento
do mau colesterol e a diabetes. Em rastreios feitos a outras plantas como os
espinafres e o agrião, a beldroega apresenta valores superiores destes ácidos
importantes para a saúde.
A beldroega tem
sido usada, com frequência, na alimentação de gerações do Sul de Portugal,
principalmente em sopa ou saladas. Contudo, actualmente o seu consumo não se
compara com o de antigamente, em que nos mercados locais as pessoas quase
lutavam entre si para conseguirem um molho de beldroegas.
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