AMEIXAS DE CONSERVA DE ELVAS


                                                                                        (Foto: Confibor)
 
Ameixas, ame-as ou deixe-as” (Paulo Leminski)

 
Para a obtenção das famosas Ameixas d'Elvas, as “rainhas cláudia” cultivadas nesta região do Alto Alentejo são colhidas quando o fruto começa a adquirir tons rosados e amarelados característicos. A seguir são cozidas lentamente em água e depois colocadas em calda de açúcar durante um ou dois dias, período findo o qual vão novamente ao lume na mesma calda. Depois da calda de açúcar atingir o ponto próprio para conservar, ficam mais uns dias em repouso para adquirirem a consistência necessária para serem escorridas, lavadas e secas (de preferência ao sol) ficando assim prontas para serem comercializadas. A utilização deste antigo processo de transformação garante a originalidade deste produto, único em todo o mundo.

Após atingirem a plena maturação e o seu máximo teor de açúcar, cerca de 25% Brix, os frutos podem ainda ser colhidos e secos ao sol junto aos pomares, dando origem a uma passa natural bem característica, conhecida na região por passa de abrunho. As passas "Ameixas d'Elvas" têm uma forma arredondada, são doces e aromáticas, constituindo um óptimo aperitivo e muito utilizadas em alguns pratos da cozinha regional.

O cultivo da variedade de ameixa “Rainha Cláudia Verde” no Alto-Alentejo desde há séculos, deve-se às condições ecológicas da região e que diferencia este fruto do mesmo produzido noutras regiões. A adaptação perfeita aos solos e clima da região, tornam possível a sua cultura praticamente sem recurso à utilização de pesticidas.
Condicionada pelas exigências em frio durante o inverno e calor durante a maturação dos frutos, a cultura encontra-se naturalmente delimitada a alguns concelhos do Alto Alentejo, onde é possível produzir a qualidade exigida pela transformação.

Realizada durante o mês de Julho e primeira semana de Agosto, a colheita da Rainha Cláudia é realizada quando os frutos atingem os 18% Brix se estes se destinam ao consumo em fresco ou à transformação em doce e mais tarde quando plenamente maduros com 25% Brix, se destinados à secagem. O calibre varia entre os 30 e 40 mm

Inicialmente apenas plantada em pequenos quintais de casas de habitação, a sua expansão e cultura em pomares dá-se no início do séc. XX, já com plantas seleccionadas das variedades bem adaptadas. A receita das Ameixas de Conserva já fazia parte do receituário do Convento de Nossa Senhora da Consolação ou das Dominicanas, fundado em 1528 em Elvas, mas a indústria da ameixa confeitada teve o seu início em 1834 com José Guerra, tendo a partir daí recebido inúmeros prémios.
A receita das Ameixas de Conserva fazia parte do receituário do Convento de Nossa Senhora da Consolação ou das Dominicanas, fundado em 1528 em Elvas.

Este produto de origem demarcada atingiu já uma reputação externa considerada, sendo especialmente apreciado em Inglaterra, onde constitui um doce de eleição durante o Natal. Em Portugal é comum provarmos a acompanhar Sericaia.

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