QUEIJO DE CASTELO BRANCO
Um queijo que ganhou medalha de ouro em 2012, em Inglaterra, entre 9000 sabores e perante um Júri constituído por 300 elementos!
O Queijo de
Castelo Branco é um queijo em formato cilíndrico baixo, com cerca de 12-16 cm
de diâmetro, 5–8 cm de altura e peso que oscila entre 0,8 Kg a 1,3 Kg (a
variante “merendeira” possui 8 – 10 cm de diâmetro, entre 4 – 6 cm de altura e 0,35
Kg a 0,55 Kg de peso). Trata-se de um queijo curado, de casca maleável amarelo
palha ou amarelo torrado. A pasta medianamente amanteigada, ligeiramente amarelada
obtém-se por esgotamento lento da coalhada, após coagulação do leite cru de
ovelha, com ação de uma infusão de cardo – tradicionalmente importado do
Alentejo - após um tempo de maturação mínima de 40 dias a uma temperatura
ambiente de 8ºC a 14ºC. Possui um teor de matéria gorda entre 45% a 60% em
resíduo seco e aroma e sabor acentuados.
As condições
de armazenamento, transporte e retalho também devem observar os requisitos
necessários para evitar alterações às características deste queijo,
nomeadamente, no que se refere às temperaturas de conservação: 0ºC a 5ºC no armazenamento,
0ºC a 10ºC no transporte e 0ºC a 12ºC no retalhista.
Para além do
Queijo de Castelo Branco, provém também desta região a denominação de origem
Queijo de Castelo Branco Velho. Este é um queijo curado, de pasta dura a extra-dura
e com coloração entre o amarelado e o alaranjado, crosta nos mesmos tons, dada a
mistura de azeite e colorau utilizada facultativamente na sua conservação, com
diâmetro e altura igual ao queijo que lhe dá origem, ainda que este com peso um
pouco inferior (de 0,6 Kg a 1,1 Kg) obtido por cura prolongada (mínimo 90 dias)
do Queijo de Castelo Branco e com um teor de matéria gorda de 49% a 56%
referido ao resíduo seco. De aroma
persistente - os apreciadores chamam a tal aroma intenso “chulé de Deus” - e sabor forte e levemente picante
A área
geográfica de produção, transformação, conservação prolongada, corte e
acondicionamento do Queijo de
Castelo Branco está circunscrita aos Concelhos de: Castelo Branco, Fundão, Belmonte, Penamacor,
Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão e
às Freguesias de: Aldeia de S. Francisco, Aldeia de Souto, Barco,
Boidobra, Casegas, Conceição (Covilhã), Dominguiso, Ferro, Orjais, Ourondo,
Peraboa, Peso, Santa Maria, São Jorge da Beira, São Martinho, São Pedro, Sobral
de São Miguel, Teixoso, Tortosendo, Vale Formoso e Vales do Rio, do Concelho da Covilhã.
Historicamente, confirmou-se
a produção de queijos na região da Beira Baixa desde há cerca de 3000 anos, com
o achado de um cincho. Foram ainda encontradas na zona de Castelo Branco ruínas
de queijeiras redondas, que terão tido origem na época luso-romana, que serviam
de abrigo aos pastores, bem como de local de fabrico e cura de queijos. O foral
de 1510, concedido a Castelo Branco, refere também um imposto devido à passagem
de rebanhos transumantes. Em 1890, numa monografia sobre Castelo Branco
descreve-se que “As ovelhas são exploradas pela lã, que
se vende para as fábricas da Covilhã (...), pelo leite que se faz um queijo
super fino, que se vende nos grandes centros (…)”.
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