POSTA MIRANDESA
A Posta Mirandesa (inicialmente
designada apenas de “Posta”), um naco de carne entre 300 a 400 gr, grossa, grelhada em lume feito de lenha da poda da vinha,
sobre grelha previamente aquecida e só temperada de sal, para além de ser o prato ex-libris da
região é para muitos o expoente máximo na degustação de carne de bovino. Obtida
a partir de animais de Raça Mirandesa, trata-se de uma carne produzida nas
pastagens naturais do nordeste transmontano, numa região que se situa acima dos
500 m de altitude e que abrange 6 concelhos do Distrito de Bragança que são:
Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Bragança e Macedo de Cavaleiros.
As
características especiais de clima e geografia da região transmontana, designadamente
os lameiros – pastagens naturais da região – constituem o sustento necessário
desta raça, complementado com um conjunto muito diversificado de forragens que
os criadores produzem quando os lameiros não têm erva, como sejam os fenos de
aveia e lameiro, as milharadas, as ferrãs e o nabal. Este sistema de
alimentação natural atribui à Raça Mirandesa qualidades genéticas,
organolépticas e sensoriais próprias, de que se destaca a carne tenra e
suculenta aliadas a aroma e sabor misto de herbáceo e frutado com o típico a
carne realçado pela gordura intramuscular, que a diferenciam de qualquer outra
carne de bovino e como tal, a reconhecem através da Denominação de Origem
Protegida (DOP).
Com uma percentagem média de gordura
de 2,03%, a carne Mirandesa apresenta uma cor rosada clara nos animais mais
jovens e vermelha nos mais velhos (cuja idade vai até aos 30 meses).
É garantida a rastreabilidade do
animal desde o nascimento até ao consumidor, através do registo de explorações,
registo de matadouros, registo de salas de desmancha, registo de unidades de
transformação de fatiagem da Posta Mirandesa, registo dos retalhistas que
comercializam este produto. Por outro lado, está interdita a administração a
estes animais de substâncias que possam interferir com o seu normal
desenvolvimento, como hormonas e anabolizantes. Os antibióticos e
tranquilizantes só podem ser administrados em situação terapêutica a mediante
prescrição médico-veterinária.
O transporte não é efectuado numa
distância superior a 500 km, a fim de se assegurar a manutenção da cadeia de
frio, a qualidade da carne e ser exequível o controlo.
A Posta
Mirandesa tem a sua origem nas barracas de comes e bebes das feiras que
se realizavam, um pouco por toda a parte, nesta zona. Passou a ser vulgar os lavradores mais importantes
das várias aldeias vizinhas, ao encontrarem-se nas feiras perguntarem uns aos
outros: "Então já foste comer a 'posta'?".
Actualmente,
a responsabilidade pela comercialização desta carne foi atribuída à Cooperativa
Agropecuária Mirandesa, que também zela pelo cumprimento de regras como a venda
a retalho - qualquer talho que venda carne Mirandesa, tem de o fazer em
exclusividade e manter as peças certificadas, de modo a não deixarem dúvidas
quanto à sua proveniência - ou a comercialização do produto em restaurantes –
que, para além de também celebrarem um contrato de exclusividade, onde se
comprometem a não confeccionar outras carnes de bovino, têm de manter um
vínculo comercial, efectivo e permanente, com aquela Cooperativa para que, da
mesma forma, não haja dúvidas quanto à proveniência da carne.
Para
além do consumo interno, tem-se vindo a apostar na exportação para países como
França (cujo mercado já representa 8% das vendas desta carne), Inglaterra e
Luxemburgo.
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