FATIAS DE TOMAR
“Mais que isto e mais
que tudo, são as Fatias de Tomar, outrora designadas Fatias da China, mas desde
sempre adstritas ao burgo templário. Uma criação excepcional pela simplicidade
de elementos e de meios.”
[José Quitério,
crítico gastronómico]
Também
conhecidas por “Fatias da China”, o que não é do agrado dos tomarenses, esta
sobremesa passou à história como Fatias de Tomar dada a sua origem nesta cidade
e por constituírem o seu doce típico.
É
um doce feito com muitas gemas de ovos, açúcar e água. À partida nada de muito
diferente em comparação com outra iguaria da doçaria tradicional portuguesa,
não fosse o facto de, no caso das Fatias de Tomar, as gemas serem batidas
exaustivamente durante cerca de uma hora e depois cozidas em banho-maria, numa
dupla panela concebida para o efeito. Na verdade, esta panela é específica,
munida de uma chaminé pela qual se acrescenta água a ferver, de modo a manter,
durante toda a cozedura, a forma mergulhada na água a ferver, sem ser preciso
retirá-la daí e parar a cozedura. Tal panela é por si só um produto
característico e artesanal da região e só é vendida em Tomar. No conjunto,
estas fatias possuem uma textura única a que a calda, no final, feita com cerca
de 300gr de açúcar, confere outra doçura.
Ainda
de acordo com a sua designação, apresentam a forma de fatias de pão
(amarelinho) e molhado. A consistência é, assim, macia e húmida e são
comercializadas embaladas em boiões de vidro, hermeticamente fechados.
Bastante
doces, as fatias de Tomar são geralmente comidas como sobremesa ou a acompanhar
um chá
Diz
a lenda que as Fatias de Tomar, nascidas nas cozinhas do Convento de Cristo,
eram a sobremesa favorita dos frades. A primeira referência ao doce com este
nome, aparece no livro “Arte de Cozinha” de João da Mata, em 1876.
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