PASTÉIS DE BELÉM
"O que fazemos aqui não é um pastel de nata. É por isso que nunca
entrámos no concurso para o melhor pastel de nata. Aliás, nunca encontrámos
outro com estas características.”
[Miguel Clarinha, responsável pela
Comunicação da Antiga Confeitaria de Belém]
Visitar
Lisboa e não ir aos “Pastéis de Belém” comer um (ou mais) é como, lá diz o
ditado, “ir a Roma e não ver o Papa”.
Muitas
vezes conhecido no estrangeiro como “Pastel de Nata” (ou os de nata como de
Belém…), a única semelhança está na forma. Difere a massa folhada e o creme,
consequentemente o sabor. Aqui a massa tem que ser
colocada na forma de uma maneira especial que permite que as folhas sejam
circulares e que a massa se separe e fique estaladiça. O creme - o tal que sai
desta Oficina do Segredo, onde ninguém pode entrar se não os “mestres do
segredo” - é colocado dentro da massa por uma máquina, das poucas cedências à
modernidade neste artesanal processo de fabrico.
E
neste caso não poderemos dissociar o produto da marca, pois os verdadeiros, os
únicos Pastéis de Belém são confecionados e vendidos na Fábrica dos Pastéis de
Belém, onde em média, por dia, saem 20.000 pastéis – embora já se tenha
atingido o record de 55.000 pastéis vendidos num dia! – prontos a servir uma
fila de pessoas sempre pronta a experimentá-los quentes e estaladiços, polvilhados de canela e açúcar pilé, neste local
clássico e / ou a levar uma(s) embalagem para o caminho.
Após o
encerramento de todos os Conventos e Mosteiros, na sequência da Revolução
Liberal ocorrida em 1820, os pastéis fabricados pelos frades do Mosteiro dos
Jerónimos são colocados à venda numa refinação de cana-de-açúcar próxima, a fim
de dar a conhecer e perpectuar o doce, rapidamente designado como “Pastel de
Belém”, que assim começa a ser comercializado em instalações anexas à refinação,
segundo a receita secreta, que se mantém igual até aos dias de hoje.
Desde
há quatro gerações na posse da mesma família, o segredo dos Pastéis de Belém só
é partilhado por seis mestres pasteleiros (os “mestres do segredo” – a designação
de topo na hierarquia da Antiga Confeitaria de Belém), escolhidos “a dedo”, que
já trabalhem há muitos anos na casa e que aquando da sua contratação assinam um
contrato de sigilo profissional.
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