FOLAR DE OLHÃO | ALGARVE
“Quando já se vive a Semana da Páscoa, serão várias as
especialidades de folares presentes nesta iniciativa, desde o Folar de Olhão,
um dos mais emblemáticos da região, aos folares salgados típicos do Norte de
Portugal.”
[sobre a Feira do
Folar e do Azeite no Mercado Municipal de Loulé, in: algarvecentral.net]
O Folar de Olhão,
também designado folar de folhas, é um bolo de Páscoa tradicional do Algarve e como tal, também conhecido como Folar de Páscoa
do Algarve. Doce e aromatizado, é conhecido pela sua composição
em camadas, cobertas por açúcar, manteiga e canela, que criam folhas caramelizadas de
aspeto singular. O caramelo seca, mas não endurece e a massa
mantém-se húmida mesmo com o passar do tempo.
A
sua preparação inclui aguardente, sal, manteiga, fermento de padeiro, água,
farinha de trigo, banha, manteiga, sumo de laranjas e açúcar e canela para
polvilhar. Quando a massa já está levedada tiram-se bocados e formam-se bolas
que são estendidas de modo a ficarem circulares e achatadas (em folha). Esses
círculos cobrem o fundo e os lados de um tacho (ou lata) com cerca de 10 cm de
diâmetro e vão sendo aí entremeados com nozes de manteiga e polvilhados de
canela e açúcar até se atingirem, pelo menos, 5 ou 6 camadas que enchem
completamente a forma (tacho). Uma vez cozidos no forno, os bolos saem
facilmente dos tachos pingando caramelo, feito a partir de uma mistura de
manteiga, açúcar e canela.
Segundo a tradição, este bolo celebra a amizade e a reconciliação. Durante
a Páscoa, as madrinhas costumam levar um folar aos seus afilhados. Em diversas
zonas do Algarve a tradição dita que na segunda-feira a seguir à Páscoa, se vá
até ao monte ou para junto de uma ribeira comer o folar.
O Folar de Olhão tem origem popular e foi criado por Maria Eugénia Rita, há
mais de meio século, que explica como tudo começou: "A minha mãe fazia
estes folares mas nunca abriu uma loja. Ela preparava-os em casa e vendia-os
aos vizinhos. Mais tarde, em tempos difíceis, fiquei viúva, tinha filhos e
precisava de um sustento. Então lembrei-me dos folares que a minha mãe fazia.
Um tio meu era dono de um armazém e eu fui para lá: comprei uma mesa e um
forno. Foi ali que comecei a fazer os bolos. Mais tarde comprei uma casa onde
montei uma fábrica e um negócio a sério."
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