CHÁ DOS AÇORES
“Chá dos Açores, o chá europeu.” [JPN]
O Chá
dos Açores é cultivado na costa Norte da Ilha de S. Miguel, nos Açores e é aqui que se
encontram as únicas plantações de chá da Europa, para fins industriais.
O consumo desta bebida faz parte dos hábitos locais, de uma
forma que não encontra paralelo em nenhuma outra região portuguesa. Produz-se
chá preto do tipo Orange Pekoe, obtido do botão terminal e
primeira folha do rebento, muito enrolado e resultando numa infusão de sabor e
aroma delicados; Pekoe, que provém da segunda folha e com paladar e aroma menos
acentuados; e Broken Leaf, que resulta da terceira folha e partículas das
restantes, sendo um chá menos aromático mas mais suave. Relativamente ao chá
verde produz-se a variedade Hysson e dentro deste faz-se também o chá pérola,
em que as folhas estão mais tempo no vapor e o enrolador enrola por si. Por
encomenda chega-se a produzir semifermentado (soochong, oolong e poochong).
Produzido a partir do chá Camellia Sinensis, da
variedade China, apesar de não ter pragas, doenças na região, folhas queimadas
– porque não se verifica geada ou sol intenso na zona - requer cuidados especiais,
principalmente no que concerne a podas e a desponta antes da colheita, não
havendo lugar a herbicidas (controlam-se as plantas infestantes arrancando-as),
de modo a produzir folha de qualidade, a que não é alheio o solo argiloso e
ácido local. A apanha é feita de Abril a Setembro, coincidindo com uma época de
pouca pluviosidade. Depois da apanha, as folhas são levadas para a fábrica,
onde são transformadas em folhas de infusão, igualmente através de processos
isentos de aditivos. Este processo de transformação compreende o murchamento da
folha, a rolagem, a oxidação ou fermentação, a secagem, seleção e
empacotamento.
Crê-se que as primeiras sementes de chá foram
trazidas do Brasil para os Açores na segunda metade do século XVIII. Durante
muito tempo o chá foi utilizado somente como planta ornamental, até que por
iniciativa da Sociedade Promotora de Agricultura Micaelense vieram à Ilha dois
especialistas chineses com o intuito de ensinar a desenvolver as técnicas da
cultura do chá.
Desde sempre que os Açores foram o principal
mercado de consumo desta iguaria e para os EUA e Canadá é levado muito Chá dos
Açores, sobretudo por via dos emigrantes açoreanos. A Alemanha também tem vindo
a demonstrar interesse por este produto e o aumento das visitas turísticas ao local – uma vez que
há agências que incluem excursões às duas fábricas existentes, nos seus
programas - contribui bastante para a sua divulgação fora do âmbito regional.
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