PRESUNTO DE CHAVES E TERRAS DO BARROSO
“Feche os olhos e imagine que põe na boca uma
fina fatia de presunto de Chaves acabada de cortar…” (Tradimontana)
O
Presunto de Chaves e Barroso é um dos produtos mais típicos e requisitados do
fumeiro transmontano e considerado, por alguns especialistas, como o melhor
presunto português.
A
área geográfica do Presunto de Chaves abrange os concelhos de Chaves, Boticas,
Montalegre e Valpaços, mais terras do Barroso, onde as condições naturais de
criação do reco (porco), a sua alimentação e o processo específico de cura dão
a este presunto características próprias e diferenciadas.
Contam-se
como etapas determinantes para o fabrico deste presunto a escolha dos dias
frios e secos de Inverno para a matança do porco, bem como a entrada da carne
desmanchada na salgadeira, em local fresco, seco e escuro, até ao momento certo
para de lá sair e apanhar ar, também em local fresco e seco. Relativamente ao
tempo de cura, este demora, no mínimo, uns meses, mas para quem prefira o
presunto mais curado (mais duro), a cura prolonga-se por mais de um ano.
Dada
a proximidade com a fronteira com Espanha, a compra do Presunto de Chaves é uma
das razões da vinda de muitos espanhóis a Portugal. Além de que a qualidade
deste produto não passa despercebida em outros mercados internacionais para
além do europeu, como seja a América do Sul e a América do Norte. Por cá, o
Presunto de Chaves é principalmente apreciado como entrada numa refeição ou em
lanche, fatiado ou em nacos.
A
difusão do Presunto de Chaves e Barroso no mercado português iniciou-se em
1910, quando uma família de Chaves começou a comercializar esta iguaria em
Lisboa. Nas décadas de 1969 e 1970 verificou-se o auge da popularidade deste
presunto, ao nível do consumo interno, que na década seguinte sofreu uma
quebra, devido às migrações das populações rurais associadas ao fabrico
artesanal e consequente queda da produção e à introdução de presunto espanhol
no mercado português. Mas o reconhecimento da qualidade do Presunto de Chaves
tem voltado a ganhar expressão e a sua comercialização (inclusivamente com
espanhóis) vai fazendo justiça à tradição.
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