PUDIM ABADE DE PRISCOS | MINHO
"O pudim é
facílimo de fazer, difícil de acertar".
[Manoel Joaquim Rebelo, Abade de Priscos]
Considerado
“o rei” dos pudins portugueses, o Abade de Priscos deve a sua primazia à junção
de toucinho gordo fresco ao açúcar em ponto de fio, para além das (muitas)
gemas, vinho do porto, casca de limão, pau de canela e caramelo. Com efeito, é
um pudim que faz as delícias dos mais gulosos (e que não tenham colesterol!).
Trata-se
de um pudim tradicional minhoto, da região de Braga especificamente do lugar de
Priscos, onde no século XIX vivia um abade – não exactamente o estereótipo do
abade gordinho e careca, mas uma figura elegante, de cabelos brancos e rosto
sereno.
Este
abade, de nome Manoel Joaquim Rebelo, costumava ser chamado para cozinhar para
a família real, ministros ou bispos sempre que alguma destas personagens se
deslocava a Braga. Dizia-se que era ousado, “tinha mão para a culinária” e que
tinha também um paladar apurado para provar os cozinhados. Para além do pudim,
ficaram conhecidos o seu consomé de perdiz à Abade de Priscos, bifes, cabidela,
pratos de bacalhau, doce de abóbora, bolinhos de coco ou doce de marmelo.
O
Pudim Abade de Priscos foi uma das poucas receitas que Manoel Joaquim Rebelo
transmitiu para o público, a propósito do pedido que lhe foi feito pelo diretor
do Magistério Primário Feminino de Braga, para lhe passar algumas receitas para
ensinar no magistério.
Mais
uma iguaria da nossa doçaria conventual, com origem em terras do Minho, o Pudim
Abade de Priscos é hoje em dia confecionado em todo o país, ainda que um
processo de certificação em curso vise manter a receita verdadeira e a sua
adequada utilização tanto por particulares como por pastelarias, restaurantes,
hotéis e outras empresas.
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