AZEITE DO RIBATEJO
Por mais que a dita m’engeite,
Pastores, não me deis guerra;
Que todo humano deleite,
Como o meu pote d’azeite,
Há de dar consigo em terra.
Pastores, não me deis guerra;
Que todo humano deleite,
Como o meu pote d’azeite,
Há de dar consigo em terra.
Gil Vicente, Auto de Mofina Mendes,
Os
Azeites do Ribatejo apresentam um tom amarelo dourado, por vezes ligeiramente
esverdeados, de consistência um pouco espessa, sabor e aroma frutado.
Resultado
das gorduras líquidas extraídas de azeitonas de variedades Galega, Lentisca (55%)
e Cobrançosa (45%) existentes nos solos calcários e sob clima mediterrânico dos
concelhos ribatejanos de Abrantes, Azambuja, Cartaxo, Constância,
Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Sardoal, Tomar, Vila Nova
da Barquinha e com extensões aos concelhos de Alcanena, Alcobaça, Alvaiázere,
Gavião, Mação, Ourém, Pombal, Porto de Mós, Vila de Rei e Torres Novas.
Não
sendo permitido utilizar azeitona apanhada do chão, o tempo que decorre desde a
colheita da azeitona no estado ideal de maturação até à sua laboração não pode
exceder as 48 horas. Primeiramente a azeitona é lavada, desfolhada e moída e
depois batida e decantada a massa a uma temperatura máxima de 35ºC, operação
que precede o engarrafamento em vidro incolor.
A
classificação genérica do Azeite do Ribatejo divide-se entre azeite virgem (com
acidez máxima de 1,5%) e virgem extra (com um teor máximo de acidez entre 0,8%
a 1%). Utiliza-se cru ou cozido, respectivamente para tempero ou em cozinhados
de pratos tradicionais ou doçaria.
A
produção de azeite no Ribatejo remonta há centenas de anos, com registos aos séculos
XII e XIII, periodo em que os reis portugueses referiam o azeite da região nos
forais que concediam.
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