CABRITO DA BEIRA
Cabrito, um alimento de
sacrifício e dedicação aos deuses.
O Cabrito da Beira é obtido a partir de
cabras das raças portuguesas Charnequeira ou Serrana, ou de animal resultante
do cruzamento destas duas raças. Ambas as raças, há muito tempo instaladas na
Península Ibérica, são criadas em pastoreio extensivo na região da Beira (a
Charnequeira nas charnecas da zona sul da Beira Interior e a Serrana, como o
nome adivinha, na Serra da Estrela), são maioritariamente alimentadas de leite
materno e possuem baixa estatura.
Os cabritos são abatidos entre os 40 e
os 45 dias de vida, quando ainda têm um peso inferior a 15 kg. (a carcaça, o
principal produto comercializável, com cerca de 6kg). Apresentam cor
rosa-pálido, textura tenra e paladar suave e aleitado devido à alimentação que
levaram.
Segundo a Identificação Geográfica
Protegida (IGP), a produção de Cabrito da Beira compreende os concelhos de
Almeida, Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo,
Fundão, Guarda, Idanha-a-Nova, Mação, Meda, Oleiros, Penamacor, Pinhel,
Proença-a-Nova, Sabugal, Sertã, Trancoso, Vila de Rei e Vila Velha de Rodão,
onde os pastos são constituídos por gramíneas e leguminosas espontâneas.
As populações que ao
longo dos séculos se fixaram na região da Beira Interior, em grande parte
dominada por zonas de montanha e de floresta, pouco propícias à agricultura,
encontraram na criação de gado miúdo, designadamente caprino e ovino, um óptimo
substituto alimentar. Actualmente, embora seja procurado durante todo o ano é uma iguaria obrigatória na ementa da
Páscoa, na sua região de origem. Tradicionalmente o Cabrito da Beira assado
constitui uma das formas mais conhecidas de servir esta carne, contudo a
gastronomia típica beirã apresenta igualmente o cabrito na brasa, ensopado ou
estonado. Nesta última variedade, o cabrito não é esfolado, mas retira-se-lhe
só os pelos, deixando a pele limpa e lisa, que uma vez cozinhada fica
estaladiça e como tal, permite que a carne não perca gordura, ficando suculenta
e mais saborosa.
Comentários
Enviar um comentário