VINHO DO PORTO


 

O vinho do Porto foi e é um produto chave da economia nacional e ainda mais um valor simbólico que distintamente representa a portugalidade no mundo.

 

O Vinho do Porto é produzido, exclusivamente, a partir de uvas da região demarcada do Douro, uma área localizada a 100 km a leste da cidade do Porto. Os principais centros de produção são a Régua e o Pinhão.
Com 16 marcas disponíveis no mercado, o que torna o Vinho do Porto diferente dos outros vinhos é o clima da região onde é produzido, com influência das serras do Marão e de Montemuro e o processo de fermentação, que é parado ao fim de dois ou três dias após o início, através de adição de aguardente vínica neutra. Como a fermentação não fica completa, o açúcar natural das uvas não se transforma totalmente em álcool e o vinho resulta naturalmente doce e com um teor de álcool superior ao de outros vinhos (entre 19 e 22º).
Consideram-se três tipos de Vinho do Porto: Branco, Ruby e Tawny. No Vinho do Porto Branco, jovem e frutado, de cor amarelo palha, as uvas em processo de fermentação não têm contacto com o mosto e este vinho envelhece em madeira de carvalho, adquirindo depois tonalidade amarelo dourada a amarelo acastanhado. Relativamente à sua doçura, há brancos secos, meio – secos e doces. Os Ruby são vinhos tintos muito frutados, de cor escura (rubi) e ainda que igualmente envelhecidos em carvalho possuem baixo contacto com a madeira, com pequena relação superfície / volume, logo, com baixa oxidação e conservam durante mais tempo as suas características iniciais. Possuem sabor a frutas vermelhas e características de vinhos jovens. O Vinho do Porto Tawny também são vinhos tintos, feitos a partir das mesmas uvas que os Ruby, mas com processo de envelhecimento mais curto em depósitos maiores, passando ao fim de dois a três anos para outros mais pequenos. Esta passagem permite ao vinho um contacto mais próximo com a madeira e como tal, os Tawny respiram mais, mas também oxidam e envelhecem mais rapidamente. Devido ao rápido processo de oxidação este tipo de vinho perde a cor inicial dos tintos, passando a ser mais claro, com sabor a frutos secos e à medida que envelhece, ganhando aromas de madeira, café, chocolate, mel.
No que concerne ao envelhecimento, o Vinho do Porto categoriza-se em Reserva, LBV, Tawny, Vintage, Colheita e Crusted. O Reserva, branco ou tinto, fica em geral sete anos em maturação dentro de madeira (onde efectivamente envelhecem) antes de ser engarrafado. A garrafa deve ser mantida na vertical e após aberta o vinho tem de ser consumido num prazo não superior a 6 meses. Serve como aperitivo ou digestivo. Os LBV (Late Bottled Vintage), tintos, envelhecem quatro a seis anos em balseiros de carvalho e podem continuar ainda por mais algum tempo a evolução (menos significativa) depois de engarrafados. Nestes, a garrafa deve ser mantida deitada, para humedecer a rolha. Os Tawny, dos Vinhos do Porto mais caros do mercado, envelhecem em casco de carvalho dez, vinte, trinta ou quarenta anos, sendo que quanto mais velhos forem, mais licorosos ficam. A designação Vintage é atribuída ao Vinho do Porto de uma colheita de excepcional qualidade. O envelhecimento em casco dos Vintage decorre num período máximo de dois anos e meio, continuando o processo em garrafa que pode ser superior a três ou quatro anos. Este tipo deve ser apreciado só após as refeições e em pequenas quantidades. Os Colheita, de elevada qualidade e provenientes de colheita única, que estagiam em madeira por períodos nunca inferiores a sete anos, apresentam características muito parecidas aos Tawny envelhecidos. O Colheita de 1994 é famoso por ter sido produzido num dos melhores anos de sempre para o Vinho do Porto. O Crusted é o resultado de uma mistura de bons vinhos Vintages que formam uma crosta na garrafa, precisando ser decantados.
 
A história do Vinho do Porto terá quase dois milénios, quando nas encostas xistosas do vale do Douro já existia uma paisagem vitícola, com produção excepcional de vinho. Nos primórdios do comércio do Vinho do Porto (século XVII) as famílias inglesas eram as mais influentes no negócio, já que a Inglaterra era o maior consumidor deste néctar e surge nesta altura a designação “Vinho do Porto”. No século XVIII, a propósito de uma estagnação nas exportações e baixa dos preços, o Marquês de Pombal institui a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, procurando-se assegurar a qualidade do produto, equilibrar a produção e estabilizar os preços. Em 1865 constitui-se a linha de demarcação, com novas práticas de preparação do terreno e de plantação da vinha. Em 1933 organiza-se o Grémio dos Exportadores de Vinho do Porto, com a função de zelar disciplinarmente pelo comércio.  O Instituto do Vinho do Porto surge neste ano para coordenar as actividades da Casa do Douro e do grémio dos Exportadores.

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