VITELA DE LAFÕES


 

"Vitelas e bezerrinhos, que se não recriam, tanto ao leite como logo depois de desmamados têm bastante procura para o açougue e dão a afamada vitela de S. Pedro do Sul e de Lafões.”

[Silvestre Bernardo de Lima, in: Archivo Rural, 1858]

 

Como o nome indica, a Vitela de Lafões é criada em explorações agrícolas familiares da região de Lafões – uma zona limitada a Norte pelo Maciço da Gralheira e a Sudoeste pela Serra do Caramulo e banhada pelos rios Vouga e Alfusqueiro e seus afluentes – especificamente, na área geográfica circunscrita aos concelhos de Oliveira de Frades, Vouzela, S. Pedro do Sul, às freguesias de Cedrim e Couto Esteves do concelho de Sever do Vouga, de Bodiosa e Ribafeita do concelho de Viseu e de Alva e Gafanhão do concelho de Castro Daire.

A carne de Vitela de Lafões provém exclusivamente de bovinos machos e fêmeas de raça arouquesa e mirandesa e seus cruzamentos, adaptados ao microclima local, abatidos aos 5 – 7 meses, cuja base de alimentação é o leite materno mais tarde suplementado com a flora autóctone (giesta, tojo, rosmaninho e carqueja) e farinhas de milho e centeio produzidas na própria exploração, sendo interdito o uso de rações.

Já em meados do século XIX que se conheciam as qualidades da Vitela de Lafões, muito apreciada em pratos tradicionais da região, onde habitualmente é assada em forno de lenha. Trata-se de uma carne muito saborosa, suculenta e tenra, com características organolépticas diferenciadoras como seja a cor rosácea – clara, com gordura de cor branca distribuída homogeneamente, consistência firme e ligeiramente húmida (que lhe atribui suculência), que deverá sofrer um período de maturação de pelo menos cinco dias a contar da data do abate até à venda ao consumidor.

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