REQUEIJÃO DE SEIA
“(…) Abro
uma garrafa de vinho tinto ,
deixo-o aquecer até aos 17 graus. Já cheira a pão quente. O doce de abóbora
ainda está morno. Falta o requeijão de Seia. E faltas tu.”
(Maria, http://www.blogger.com/profile/14772130249656568046)
O requeijão
de Seia resulta da produção do queijo da Serra da Estrela e é obtido a partir da
transformação, por aquecimento, do soro de leite de ovelha que escoa durante a
laboração do queijo, ao qual é adicionado flor de cardo e coalho.
De salientar
que esta prática de aproveitamento do soro não é comum noutros países, o que se
torna em mais um motivo de orgulho da produção de iguarias em Portugal.
De forma
cilíndrica irregular baixa, pasta de cor branca que não sofreu qualquer fermentação,
sem casca, comercializado em unidades com peso entre 150 gr a 400 gr, trata-se
de um produto fresco, que possui aroma agradável, sabor lácteo adocicado e massa
de consistência cremosa a ligeiramente granulosa, que se desfaz facilmente na
boca. Com um teor de gordura total de 14 gr a 19 gr por cada 100 gr de
Requeijão, habitualmente o seu consumo faz-se como entrada, sobremesa, ou como
parte de uma mesa de queijos, juntamente com pão (de centeio, de trigo…), além
de que é também muito apreciado como ingrediente na doçaria tradicional, por
exemplo, acompanhando doce de abóbora ou em tarte.
De área geográfica de produção circunscrita
ao concelho de Seia, este requeijão cuja conservação deve manter-se entre os
0ºC e 6ºC para evitar alterações das suas características, constituía com frequência a base da
alimentação do povo serrano, acompanhado simplesmente de canela, mel ou doce.
A história pastoril da região de Seia
(e da Serra da Estrela, em geral) encontra-se intimamente ligada aos fluxos
migratórios conhecidos como transumância. Desde épocas imemoráveis que os
rebanhos da Serra de Estrela se deslocavam para esta região em busca de
sustento impossível de conseguir nas regiões de origem devido aos rigores
Invernais. Assim se foi desenvolvendo uma economia agro pastoril, sobretudo a
partir do século XVIIII e a produção de queijo surgiu naturalmente como forma
de aproveitamento de um recurso dos ovinos. Do século XIX chegam-nos relatos da
primeira produção de Requeijão de Seia.
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